sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Almas do céu











Almas do céu

Eu vejo a lua caminhando pelo céu,
carregando as nossas almas
pelas noites escuras,
iluminadas pelo brilho das estrelas
as almas do firmamento.

Em nossa passagem, surgem crianças,
e eu me transformo em anjo:
sinto meu corpo voar,
tão leve, tão puro,
sem pecado,
sem erro,
sem iniquidade.

Nossa alma, límpida, permanece.
O teu amor me purifica,
me torna inteira, unificada.
Encontro a felicidade
e enxergo minha essência
voando pelos céus,
sendo carregada pela lua
entre constelações acesas.

É ventura, é paz,
quando o espírito encontra existência
e se separa do que é mortal.

Sei que estás a me esperar.
Vou te buscar.
Deixo a lua levar minha alma
para te encontrar.

Ficamos assim:
almas gêmeas,
correndo pelos cosmos penetrantes,
tão próximos das luzes,
sem tocar as nuvens.

Nossa existência flutua no ar,
de mãos dadas,
sem nunca nos abandonar.

Esperamos juntos,
lado a lado,
o momento da criação
de uma nova história.

Talvez voltaremos como pássaros,
talvez como gente
mas retornaremos juntos,
num rastro de estrela cadente.

Chegaremos no instante da alvorada,
no rompimento do crepúsculo,
no sopro primeiro de um nascimento.

Não estaremos mais no céu,
mas iremos sempre nos encontrar,
em algum lugar,
em qualquer vida,
porque fomos, somos
e seremos sempre
almas gêmeas


  autora: Isabel van Gurp