domingo, 10 de fevereiro de 2013

A última






Não quero ser a primeira
quero ser a última.

A última a tocar tua pele,
a última a guardar teu nome no peito,
a última a incendiar teus desejos
e a apagar tuas sombras.

Não me importa quem veio antes
nenhuma delas existe
onde o meu amor respira.

Quero o que ainda não viveste:
o futuro silencioso,
a história inédita,
o abraço que dura mais que o tempo.

Que tua vida encontre repouso na minha,
que teu coração se acostume ao meu ritmo,
e que tudo que fomos um dia
se transforme em nós.

Quero ser a última
para ser, enfim,
a primeira a te fazer eterno.


Quero Ser a Última

Não quero ser a primeira,
nem a segunda,
nem a sombra de quem passou.

Quero ser a última
a que fica na tua pele
quando o desejo amanhece,
a que teu corpo procura no escuro
antes mesmo de acordar.

Quero ser o fim inevitável
de todos os teus outros começos,
o ponto final que vira travessia,
a fome que só existe
quando é minha.

Que meus lábios sejam
a lembrança que não se apaga,
que tua pele saiba de cor
o caminho até mim.

Quero ser a última
para que teu corpo inteiro
aprenda meu nome
em silêncio,
em gemido,
em eternidade.


Quero Ser a Última

Não desejo ser a primeira
quero ser a que fica.

A última mão que tu procuras,
o último abraço que te abriga,
a última voz que te acalma
quando o mundo falha.

Quero ser teu descanso,
teu porto, teu riso fácil,
o lugar onde o tempo se deita
para respirar.

Tudo o que veio antes
se dissolve no vento
porque contigo,
eu descubro o que não sabiam dar:
o amor que permanece.

Quero ser a última,
aquela que o destino escolhe
para ser casa,
para ser rumo,
para ser história.

E, sendo a última,
me torno sempre
a primeira
a te amar.


Não quero ser a primeira.
Primeiros passam,
primeiros doem,
primeiros morrem.

Eu quero ser a última
aquela que o tempo não apaga,
que nem o silêncio desfaz,
que fica gravada em ti
como uma cicatriz de fogo.

Quero ser a última voz
que teu coração reconhece
antes de qualquer queda.

A última pele que te salva,
a última verdade antes do abismo,
a última luz quando tudo escurece.

Não quero dividir tua memória,
não quero ecoar entre as sombras.

Quero ser a última
porque só os últimos
permanecem
no que resta do amor
quando o resto do mundo
já foi embora.

Autora: Isabel van Gurp





Autora: Isabel van Gurp