Janela da Vida
Há cores da vida
Que enobrecem o rosto.
Há cores do corpo
São olhos, janelas d’alma,
Que emitem sons
Sem palavras,
Irradiam o espírito
Pelo tom.
Vejo azul,
Como o céu, o mar,
A calma e o paraíso.
E lava a alma.
Sinto paz
Em teu olhar,
Mergulho no sorriso.
Leio as palavras
Que passam pela boca,
Mas prefiro olhar.
A alma reflete na retina
Um arco-íris
Tão intenso,
Puro e colorido
Como o de uma menina.
Lava a alma e floresce,
Escondido atrás do véu
Da virgindade e da calma.
Num relance, encontro por um segundo
A cor da mata,
Os desígnios do mistério,
Do perigo,
Que se esconde nas pálpebras.
O verde ocular
Corre como um animal felino
No interior
De um menino.
Encontro nos olhos negros
A incerteza da vida
E a busca pelo além.
Resposta de um povo,
A miséria da história,
Luta lenta pela vitória.
Os negros vivem.
Viajo pelo corpo de uma mulher,
Sinto o vermelho da luxúria.
Me reencontro no reflexo do espelho.
As lágrimas que caem
Dos meus olhos
São de medo.
O que mais receio
É quando olho o amarelo,
No fundo d’alma e no seio.
Dizem ser familiar,
Mas me vejo com temor de atravessar.
Tenha cuidado com as palavras...
Liberte-se!
Passo a passo, à vista,
Aprendo a olhar nos olhos
Para enxergar a alma.
Entender os sinais do fogo,
Os códigos da vida
No semblante dos brancos,
Dos negros, dos pardos, dos índios,
Dos humanos.
Autora: Isabel van Gurp