quarta-feira, 1 de junho de 2011

IMPIEDOSO




















Gravou a lança impiedosamente no corpo da inocente 
Há dores que nunca se curam
Lembranças que nunca se apagam
Mas a chaga 
Esta aberta para sempre

Não há remédio 

Não há jeito
Para esquecer tantas tristezas
traumas e dramas 
Melancolias
Noites de desespero
Um ódio que corroei lentamente o amor
Que desperta em  uma  inocente e seu  corpo angelical  brutalmente para dores do mundo

De uma lança 

Que penetrava piedosamente  no seu pequeno  corpo que ainda estava em formação

Que mal sabia o que passava

Que era proibido
Que era pecado
Mas sentia nas mãos fortes 
O domínio
Sem lutar 
Sem questionar
Gravava cada momento deste suplicio
Deste destino 
Desta crueldade
Mercê de um desejo doentio

Que no seu coice

Das palavras indúcia
o pecado

Como se fosse carinho

De um olhar paternal
Nas noites

Escuras 

Impuras
Lançava o seu desejo canibal
Estas noites
Estes dias não havia um pai
Mas sim um animal

Que se dizia um homem

Para chagas da vida
Para os males do mundo
Para maldade sem limite
Que  deveria ser chamar 
monstro mas usava a palavra pai
Que aos poucos apagou  a alegria desta inocente
Desta criança
Desta menina 
Com elas somando as marcas
Dos pesadelos
Das sequelas
Da pele 
Da alma
Nada sobrou
Nada ficou

Sem ser as noites mal dormidas

De uma crueldade sem igual
Que era cravada a lança nua 
e crua impiedosamente no  seu corpo inocente
Sem clemência

No seu próprio

Sangue 
Não há cura
Não há remédio
Não há perdão
Há sempre um sangramento que não estanca nunca
Que jorra no seu corpo há mais triste história
do pecado de um homem e de uma mulher
Que para saciar o seu desejo 

Bebe o seu próprio sangue

Não há perdão.....
Triste demais.... 


autora: Isabel van Gurp






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