Perguntei a cigana
Quem era você
Ela me contou
Que o nosso amor era de sempre
Que em cada vida
marcávamos um novo encontro
Entre o céu e o mar
Rescrevíamos as nossas histórias
Multiplicada várias vezes como as estrelas
E assinalávamos o caminho do regresso
Em cada alvorada
Entre a noite e o dia
Entre a vida e a morte
Ao por do sol
Viajávamos juntos sempre com as estrelas
Para o infinito
Retornávamos unidos para sempre
Entrelaçados como amantes
Mas inseparáveis na morte e na vida
Voltamos sempre para viver a nossa grande história de amor
Uma vez eu fui uma africana
Com a pele negra e lisa
Lábios grossos e um sorriso acalentador
Cabelo crespo e um turbante na cabeça
Um vestido iluminado com tantas cores
E os olhos profundamente negros
E com um andar de onça felina
E você era um homem branco
explorador europeu
De pele clara
De olhos azuis
De cabelos dourados
Com traços finos e bem marcados
Que atravessou o mar
Em busca de riqueza e diamantes
Mas se encantou
com beleza da mulher negra e amante
com beleza da mulher negra e amante
E ali você ficou....
As vezes chocávamos as tradições
Desafiamos o clero e a filosofia
Fomos para sempre Aberlado e Heloisa
As escondidas nasceu Astrolábio
Mesmo sendo noviça e você padre
Vivemos um dos amores mais eterno
E os nossos corpos selaram a nossa união na Catedral Notre-Dame
Que ficou gravado para sempre nas estrelas e no sepulcro
Uma vez enfrentamos famílias em guerras
Ódio de permuta
Vivemos a mais trágica das tragedias
Que já foi visto nos palcos
Me chamavam de Julieta
Decidimos vencer o ódio
Entregando as nossas vidas a eternidade
E morremos mais uma vez nos braços um do outro
Para todo o sempre
Uma outra vez
Continuou a cigana
Que lia minha mão e olhava para os astros
Você me perpetuou
como Imperador shah Jahan mandou
construir para mim
o mausoléu Taj Mahal em cima do meu tumulo
Como sendo a maior prova de amor
Que o mundo um dia já conheceu
Eu também fui uma Lady Marian
aristocrata e nobre
aristocrata e nobre
E você um ladrão dos bosques
Um fora de lei
Um fora de lei
Que roubava os ricos para doar os pobres
E o mundo te conheceu como Robin Hood
Um grande herói
E o nosso amor já mudou os destinos
Ou compromissos que tinha sido jurado por reis e rainhas
Como Isolda e Tristão
Os dois acidentalmente bebem uma poção de amor mágico
E isso que as pessoas pensam
Mas nós nos apaixonamos perdidamente no primeiro olhar
Afinal era um reencontro
de varias vidas
Alucinadamente não poderíamos viver sem um e o outro
E escandalizando a todos
Com nossos encontros proibidos como amantes
Mas decidimos se entregar a morte
Para viver a nossa historia em outras vidas
Mas já fomos homem e mulher apenas
Pessoas comuns
Que foram somente felizes
Como vai ser agora
exclamou a cigana
autora: Isabel van Gurp
autora: Isabel van Gurp
Fotos de Amsterdam |
Gostei do visual!! Deu mais vida ainda as suas poesias. Sucesso!! Um gde abraço.
ResponderExcluir