sexta-feira, 6 de julho de 2012

Euforia do Nada



Me embalei nos gritos 
Dos surdos das madrugadas
Na dança sem ritmo
Dos loucos asfixiados

Me entreguei por muito
Não voltei por nada
Desistir sem tentar
Me envolvi por tentar
Me envolvi por uma onda 

Sentir meu corpo 
Voar pelo espaço
Minha mente estralando
Em mil pedaços

Não deixando rastros
Nem partículas do querer
Estava louco
Que ficou para trás
Foi muito pouco

Ou quase nada
O que sobrou de mim
Poucos sabem
Mas muito e pouco importa
Quem sou eu 
Não sei talvez a perda dos rés 

Nada sou...penso, enfim
Uma sombra numa estrada 
Mesmo não sendo ninguém
Não sou mais dona de mim

Do remanescente de alguém
Desistir sem tentar
Me envolvi por aventurar 
O que me prometeram
Numa viagem 
Sem piloto
Sem ninguém
Do qual eu sabia 
Te antemão 
Que a última estação 
Era no esgoto
Me embalei nos gritos
Dos viciados 
Da euforia
Por alguns trocados
Migalhas de pô pela miséria
Da alheia sociedade
Me faz superior 
Com poder absoluto do menos 
Na alegria do meu luto
Quando embarcava
No vagão
Que me levava
Para ultima estação 
Estação esgoto
Esparrela sem mim 
Embora espedaçada 
No vagão 
Euforia do nada 



autora: Isabel van Gurp





Esse poema eu dedico
A todos jovens que se entrega no caminho que quase sem volta....
Há um grande amigo
Chamado Ricardo que destruiu sua vida por causa das drogas....


Todas as mães, famílias que perderam seus filhos....para esse mal que eu chamo a pior droga do século

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