Um dos lugares mais lindo da Holanda Keukenhof |
No silêncio da história
Calar-te teus pensamentos
Designou-se fechar os olhos
Trancou a porta
Fingiu não ver
Não questionou
Ficou inatingível
Inerte e indulgente
E sem licença
Foi conveniente
Com ar de superioridade não perguntou
Quem iria pagar a conta
E pouco se importou com o troco
Não quis ouvir falar do prejuízo
Que crescia com as indiferenças do poder
E nem foi lá pagar para ver
Para quem eram dadas as migalhas
Dos restos dos teus pratos
Que eram limpos pelos olhos da fome
Sofrido pela carne
A prisão nos teus muros eram propícios
De uma realidade que crescia na sua frente
De costas virada para obra que era a cimentada entre as dissensões
enquanto bebia seu whisky
Mas desde que não passa-se na tua calçada
E não sujasse o teu chão manipulado pelas cores das diferenças
Que cresciam entre as multidões
Mas era bom ter janela limpa pela flanelinha
E tão muito cômodo ter uma escrava no dia-dia
E alguns centavos pagassem a sujeira do jogo livre
Sem regras assim que a última cartada fosses a tua
Mas havia um abismo no vão do olhar
E nas frestas que olhava com ar de superioridade
Havia um mundo entre nós
Que misturavam-se em pontes de distâncias
Mas cresciam nas tuas barbas
Que não monta na garupa e nem dar anca
E, tão pouco não se esbarrar nas escolas e nem nos plays
Mas se tocavam nas poeiras das praias
Que compravam e vendiam o mesmo pô
Aonde todos tem seu preço no mercado isento
Das diferenças entre dois mundos que tão próximos
se encontravam no asfalto desabrigado
Pela voz que nunca quiseste a igualdade mas de quem se perdeu pelas divergências
Paga agora um preço alto
O medo da violência
E nosso pagamento são as vidas
Que se perdem neste jogo de negligência.
Autora: Isabel van Gurp
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