(Fotos do museu Archeon na Holanda)
Recomeço
Eu não posso ter as lágrimas
No meu corpo
Sentindo as gotas
Pingando n'alma
Eu não posso...
E nem quero….
Eu não vou partir mais
Sem questionamentos
Sem adeus
E a metade de mim
Deixando nos cais
Eu não posso...
E nem quero….
Não há abandono
Fuga ou despedida
Sem ao menos dizer adeus
E ao mesmo tempo
Sem acenos
Eu não posso...
E nem quero….
Embarco
Nos rumos em vão
Em contra partida
Deixando me levar inconsciente
Em qualquer leme
Eu não posso...
E nem quero….
Fugir fugir não...
Ter esta saída
Dentro de mim
Que me atormenta
E não me insensata
Eu não posso….
E nem quero…..
Dos meus pecados
Dos meus amores
Não livra a minha dor
Nem do meu passado
Que balbúrdia as cores
do meu espírito
Já cansado
Eu não posso...
E nem quero….
Fingir
Eu preciso saber
Quem eu sou
Dentro deste contexto esquisito
Na imagem refletida
No espelho esfumaçado sem reflexo
Uma nuvem negra
Partículas de pó
Condensa a chuva
Para derramar o temporal na terra
Sem do
Sem guerra
Eu não posso...
E nem quero….
Se eu partir
Devo perguntar
Aonde eu vou
Sem olhar para trás
Sem remorsos
Eu não posso….
E nem quero …..
Esperar um embarque
De cara limpa
Ir de carona
Eu não sei ainda o destino
Mas não estou fugindo
Já é um recomeço
Talvez às cegas
Sem saber o endereço
Uma coisa é certa
Sem fuga de mim mesma
Que
importa é chegada
Eu posso….
E quero ….
A certeza de me reencontrar
Preciso me levar inteira
Sem roupas
Inteiramente nua para o futuro
Isso se chama vida e reencontro de ser
Eu posso
Eu quero Viver!
E, antes de tudo ser EU!
Autora: Isabel van Gurp
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