Caiu a máscara.
Caiu.
Vamos tirar a máscara
sair limpos, de cara lavada,
erguidos, dignos,
ir à luta
e transformar o país em nosso país.
Porque nós, sem máscara,
de cara limpa,
na linha de frente,
na vanguarda,
somos mais.
E eles ainda mascarados
sem rosto, sem nome,
podem mesmo representar a multidão?
Com votos secretos
contra uma nação?
Podem?
Cai, cai, cai
será que são menos homens,
menos mulheres,
do que o povo mascarado nas ruas,
que não teme a luta
nem a própria morte,
na batalha sublime
pela sorte, pela liberdade?
Cai, cai, cai
caem as mentiras,
mas eles não.
Não assumem o que fazem
na Câmara, no Senado,
em Brasília.
Se a nossa máscara cai,
por que as deles ficam?
Cai o traidor,
cai o bandido,
mas quem luta, não foge.
Eles correm
não dos militares,
mas da verdade.
Se escondem atrás da lei,
traem a liberdade.
São o poder
contra a democracia.
Então cai, cai, cai!
Cai o disfarce,
cai o voto secreto,
cai o futuro vendido
em pacotes e cargos,
em salários absurdos,
em privilégios.
Cai, cai, cai
porque o povo não dorme.
O povo levanta, grita e marcha.
Enquanto eles, bem vestidos,
de terno e gravata,
polidos pelos meninos engraxates,
vivem do brilho da miséria.
Cai, cai, cai
caem os verdadeiros mascarados,
que diante da lei
posam de representantes.
Cai, lei covarde,
que protege os disfarces!
Deixa o rosto do poder à mostra!
Deixa o povo ver quem o trai!
Cai a máscara dos manifestantes,
cai a máscara do voto,
que não nos representa
e então, quando todas caírem,
somos, enfim, todos iguais.
Cai! Cai! Cai!
autora: Isabel van Gurp

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