terça-feira, 19 de novembro de 2013

Um papel








Não posso acreditar
que não alcance meus próprios passos,
tão incertos, tão meus.

Quero dominar o corpo,
acalmar a mente,
seguir em frente.

Sou dona de mim,
mas estou longe
em algum lugar
onde habita outra de mim.

Sou senhora do meu destino,
faço da vida minha trilha,
creio na força da inspiração.
Luto contra o impossível,
desvio das divergências,
tropeço nos problemas,
mas recomeço.

Busco um papel,
um pedaço de mim.
Fico triste,
fico viva,
fico poesia.

Sou feliz e morro um pouco
a cada verso,
a cada renascimento.

Faço de mim uma lenda.
Liberto a mente,
deixo o vento me escrever.

Não sei aonde quero chegar,
mas sigo.
Não travo.
Viajo em sonhos,
acordo em apuros,
entro na alma de alguém
não sei quem.

Desperto de uma frase,
me desligo do mundo,
jogo a crase,
misturo o verbo,
recrio o sentido.

E entre palavras e silêncios,
me encontro e me perco,
me quebro e renasço.

No fim,
de tudo o que sinto,
nasce
uma nova poesia.





autora: Isabel van Gurp












 

Nenhum comentário:

Postar um comentário