quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Me chamem de Maria





Maria, meu nome é Maria
Entre as estrelas
Vivo o espetáculo da vida e a morte
O exemplo da bela
De ser mais uma entre todas elas
Ícone da tela

Maria

Maria, meu nome é Maria
Imaculada Maria
Virgem Mãe e sem pecado
Donzela
Sou eu....Maria
Para ser mãe
Condenaram o fruto do amor
Concebida pelos anjos
Julgada pela sociedade
Precisaram me santificar
Virgem pura por excelência
Em nome dos magos
Bendito é o fruto de teu ventre
Sagrado
E clemencia
És tu entre as mulheres
Sagrada
Em virgem pari
Maria de Nazaré
Fui mulher
Sentir dor na carne
Como todas
Entre todas as ostentação das estrelas
Sou eu Maria
Virgem Maria
A mais bela das belas
Mãe do salvador
A virgem de Nazaré

Meu nome é Maria

Minha vida em luxuria
Me atiraram pedras
Fui escrava
Vendida
Servi a corte
Entre todas as Marias
Fui Maria entre todas elas
Um rei me salvou
Da iniquidade com uma simples frase
'Aquele que de entre vós está sem pecado seja o
primeiro que atire pedra contra ela.'

Mas mesmo assim
Me jogaram na ruína secular
Em preceito me redimiram
Para salvar o mundo
Em cena
Em si próprios se calaram
Inocência da fé
Maior discípula do Rei
Não permitiram ser sua mulher
Sou eu  Maria
Na ceia estou do lado de ti
Fui entre todos uma fêmea
E o medo me transformaram  em puta
Na remissão em Santa Maria Madalena


Dentro de uma concha de madrepérola
Tenho no meu ser
Um órgão com nome de útero
Sou uma fêmea e sangro
E tudo menos impuro
Esse fenômeno me dar o poder de Vênus
E conceber a vida
Que estar nas minhas mãos
De pró criar e amar


Não sou Santa
Nem tão pouco donzela
Analogia do referente
Me julgaram como bruxa
Heresia
Fizeram histórias
Me transformaram em lenda
Que Maria sou eu?
Me culparam pela morte, fome e a dor
Peste negra e propagadores das pragas
Me jogaram na fogueira em gloria
Com aval
Para queimar viva em ardor
Para sofrer as penas do inferno
O calor da inquisição
Sob controle papal
No lume se via ódio da fé
Para salvar a vida dos teus
Eu tinha que queimar viva em flamas
Trazia  dogma
Salvação da apologia
As culpadas foram as Marias
Prova: - cinquenta quilos de peso
Seiscentas mil vidas se perderam em meio às chamas
E até hoje a carne queima viva das Marias

Mas eu, Maria porto a vida
O meu útero é  pecado dos homens
Uma virgem não pode saber das lamurias
E nem das dores do mundo
Minha magia e conceber a vida
Minha sentença: - Nascimento
Condenação: - Ser mulher
Concebo a vida
Carrego a vida
Dou a vida
Milagre do ciclo
Do mês
Eu sou mulher
Me chamem de Maria


Autora: Isabel van Gurp





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