Passageiros
Cerrei meus olhos
Abrir minha alma
Escutei o silêncio
Que sussurrava algumas palavras soltas desvirtuadas
Que voavam pelo ar
Enviadas pela brisa
Sentir o vento que soprava aos meus ouvidos
Tentei ouvir a mim mesma
Ouvir meus passos que passavam pela multidão
Sem ser notados
Ouvir a minha voz
Dentro de mim
Escutei passageiros que passaram
Sem deixar marcas
E alguns que fizeram cicatrizes
Mas que ser perderam pelas estradas
Vi imagens de pessoas
Que iam e vinham
Que chegavam e saiam
Nos meus devaneios
Eram rostos diferentes
Que se misturavam no mesmo olhar
A busca de mim mesma
Em tantos rostos, caras, feições
Eu deparava nelas
O meu ser
Me perdia entre elas o meu eu
Que havia perdido em todos os corpos
Que passavam pelas profusões
Com meus olhos fechados
Sentia suas almas
Confusas que buscavam algo
Que eu queria arrancar dentro de mim
Eu ali com meus olhos cerrados
Com a minha alma exposta
No silêncio
Encontrei respostas do meu medo
Que amei todos
Menos a mim mesma
autora: Isabel van Gurp
Se um dia eu perder a minha alma não busquem no céu, nem tão pouco no inferno, procurem a minha alma nas letras, que com certeza ela vai estar encurralada entre os versos que eu transformei em poesias....Isabel Cristina
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