terça-feira, 12 de setembro de 2017

Filha minha


Filha minha

Que brinca de imagem
Da cor do reflexo do meu ventre
Que ilumina minha alma
Enriquece meu espirito
Aprendo todos os dias
Que não és minha
Mas sim uma parte de mim
Que um dia partirás
Seguindo o teu caminho
Que eu espero que sejam feitos
Por doses de amor e carinho

Filha minha

Queria te deixar numa redoma de vidro
Longe das tempestades das vidas
Da incerteza da felicidade
E segura no porto
Isso é impossível aprendi
Porque navegar e preciso

Filha minha

Sinto que cada dia
Partes um pouco
Cada dia como um segmento esférico
Andas na própria trilha
No paralelepípedo que tento lapidar
Como pedra de diamante
Para sua passagem

Filha minha

Olho para ti e penso
Que mulher que se tornaste
Queria que ficasse para sempre
Aquela princesa com cetim de laços
Que um dia eu segurei no colo
E amamentei
Ninava com palavras
E dormias como anjo nos meus braços

Filha minha

Eu sei
Que não sou dona do teu destino
Eu sei
Mas tem em mim
A mulher que sempre será tua mãe
Em todos os momentos da tua vida
Terás no meu abraço, e  o meu amor
A eternidade de uma paixão infinita
E se precisar dou minha vida por ti

Filha minha
Não pensarei nenhum segundo
Mas, por ora eu sei da tua resposta:
- Não és preciso, mãe
Eu sei me virar sozinha.....

- Minha filha, eu entendi....



Isabel van Gurp










terça-feira, 5 de setembro de 2017

A lua


A Lua


















Na lua que eu me entreguei
Ela era branca e singela
Voavam fadas
Em torno dela
No luar que eu amei
Sob uma noite estrelada
Com as três marias
Caminhando lado a lado
Havia uma lua cheia
E na sua borda
O  reflexo do brilho do sol dourado 
Que lançava ainda sobre ela
A cor amarela
Que é ouro
E traz  felicidade
A cor vermelha
Que é paixão
Esta eu sentia na minha carne
O calor que queimava o meu corpo
Era alucinante
Vinha de uma fonte de luz
Que acende o coração 
Como uma vela
Nas noites de lua cheia
As sereias cantarolavam ao luar
Tão singela...tão bela
Os cometas riscavam o fogo na atmosfera
Eu ardia de amor nesta noite
Como uma loba
Como uma fera
No luar
Que eu me entreguei
Que me levou as nuvens
Eu conheci o céu
Seguindo o caminho das estrelas
Encontrei o cruzeiro do sul
Mas mesmo assim me perdi
De desejos e emoção
Em cada  estrela cadente
que cortavam o céu
Eu fazia um pedido
Que essa noite não terminasse jamais
Antes de eu chegar ao paraíso
Porque eu ainda estava voando pelas nuvens
Nas nuvens que eu viajei
Tinha o reflexo da luz solar de vénus
E ali eu amei
Foi nesta noite que eu conheci os astros
Encontrei o fim do arco íris
Com seu pote de ouro
Presenciei o eclipse lunar
Vi a lua penetrar totalmente
na sombra da Terra
E assim como eu
Era desvirginada 
Por um amor escaldante
Senti meu corpo sendo
Levado pelos deuses
E assim, eu tocava as estrelas
Passando pelas nuvens
Me sentindo amante 
Na lua que eu me entreguei
Eu cheguei aos céus
Com um cavaleiro andante

autora: Isabel van Gurp

Primeira publicação 28/02/2012 





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