sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Recomeço

Recomeço 

Eu não posso ter as lágrimas
No meu corpo
Sentindo as gotas
Pingando n'alma

Eu não posso...
         E nem quero….

Eu não vou  partir mais
Sem questionamentos
Sem adeus
E a metade de mim
Deixando nos cais

Eu não posso...
         E nem quero….

Não há abandono
Fuga ou despedida
Sem ao menos dizer adeus 
E ao mesmo tempo
Sem acenos

Eu não posso...
         E nem quero….

Embarco
Nos rumos em vão
Em contra partida
Deixando me levar  inconsciente
      Sente 
Em qualquer leme

Eu não posso...
         E nem quero….

Fugir fugir não...

Ter esta saída
Dentro de mim
Que me atormenta
E não me insensata
Dos meus pecados
Dos meus amores 
Não livra a minha dor
Nem do meu passado
Que balbúrdia as cores
do meu espírito
Já cansado
Eu não posso...
         E nem quero….
               Fingir

Eu preciso saber
Quem eu sou
Dentro deste contexto esquisito
Na imagem refletida
No espelho esfumaçado sem reflexo
Uma nuvem negra
Partículas de pó
Condensa a chuva
Para derramar o  temporal na terra
Sem do
         Sem guerra 

Eu não posso...
         E nem quero….

Se eu  partir
Devo perguntar
Aonde eu vou
Sem olhar para trás
         Sem remorsos 
Esperar um embarque
De cara limpa
Pedir  carona
Eu não sei ainda o destino
        Já é um recomeço 
Mas não vou às cegas
Sem saber o endereço
Que
importa é chegada
A certeza de me reencontrar
Preciso me levar inteira
Sem roupas
Inteiramente nua para o futuro
Isso se chama vida

Eu posso 
     Eu quero Viver! 
E, antes de tudo ser EU!

Autora: Isabel van Gurp

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

A Canoa chamada Brasil




Desrespeito! 


Em palavras

Em atos e fatos 

Uniforme desalinhado

Visão obscuras


O militar, 


Com as mãos  enferrujadas 

Lança ao mar Brasil 

Uma canoa  à deriva 

Desgovernado 


O Farsante,  


Sem respeito a história 

Os ventos sopram contra  

A liberdade e democracia 

Verdades e glória 


A realidade, 


Aos poucos se perde em redes 

Em turbilhão movimento sem destino  

Na mira das milícias  

A canoa se perde em mar adentro


Os ratos, 


Um inimigo sai do porão da ditadura 

Como os ratos 

Em  fúria arrogante, culpa dos gados  

Posto por azar em tempo de pandemia 

Fere em sangue corta alma 


Negacionismo, 


Jogam na mídia  Fake News! 

Ódio e os distúrbios 

Em migalhas alimenta a sordidez 

Para esconder sua incompetência  

E a falta de inteligência! E a insensatez!  


Respeito! 


No coração do título

Que não foi presente

Peço respeito pelos meus 

Pelos seus e do eleitor 

Dos ausentes 




As leis, 


Foi de massa e valentia 

Que nossos sentidos apreendem com um todo 

Foi com muita luta 

Na raça e sangue cada palavra escrita 

Nas páginas de um livro 

Que chama Constituição 


Companheiros,

 

O troféu da nossa conquista

São as  urnas e com ela democracia

Não Silenciem! 


Seguimos,  


Pela vida e o povo brasileiro 

Nos dias triste de pandemia 

Que fecha as casas com dor 

E as lamúrias

A solidão de todos nós 

Em vós e sós 


Dignidade,  


Essa é a palavra 

Pelo pleito, uniforme branco 

Em questão em juízo

A  ciência é a luz


Na escuridão, 

 

Os gritos furiosos declamam em nome da mentira

Mas não sentem  a penúria 

Triunfam em luto  

Em barganhas em troca do vil 

Por poder e dinheiro 

Esquecem os homens e as meninas

As crias

As mulheres, filhos e família 


Desprezível, 


A nossa bandeira arrasta em vergonha 

Formam  covil

Se escondem e negam a doença 

Com os perfis  de ratos

Salteadores,  traidores e incivil 

Com seus atributos

Envergonhariam até o  Judas

Usam o nome de Deus em blasfêmia 


Erro,  


No jogo que a lealdade não cabe na lei

Jogam ódio no símbolo

Aversão cerrado  

Para tombar a democracia

Discursos mentirosos 

Para desmerecer o proletariado 

Ameaçam o estado de direito  

Para desmerecer o voto, o nosso

O meu e seu do estado


História,  


Para esconder os anos

Em nome da lama

O massacre de um povo que os silenciou por medo

Usurparam o poder

Que sem direitos

Se escondeu atrás da ignorância

Em nome da Pátria

Pátria Brasil

Não podemos esquecer 

Quem foram eles 

Engalfinharam os corpos nos seus porões

E mataram sangue dos meus

Nós não fugimos 

Pedimos respeito como povo 

Lutamos

Enfrentamos  os ruídos de canhões

Com rosas

Com alma

E com a morte

Lutamos pela democracia e pela união 

Somos nós que fomos para batalha

Seguimos em frente

E a vitória desembarcou nas urnas


Ele NÃO! 


Essa combate perdemos a batalha 

Não podemos deixar 

Que cortem os nossos pulsos com navalha

 

Embarcação, 



Estamos em revelia 

Em mar aberto 

Oceano coberto de vírus e artérias

Em lamas e feras   

Em leitos 

Com a canoa  desgovernada  


Remamos sem remos 


E somos nós o filho e filha  desta terra

Verás que um filho teu não foge à luta

Somos Amazônia e o verde 

Distante da terra sentimos o fogo arder 

Mas com coração e alma fincado em ser


Presos um amor eterno

Ao povo brasileiro 

Seguimos na luta pela democracia e liberdade 

Nossa cultura, os artistas e arte 

Não vamos nos calar

Quando um golpe estupra o pleito

Voltamos a declamar

De peito aberto

Que estamos em luto 

Estamos de olhos aclamados, companheiros!

Este senhor Presidente 

Vai passar 

Como todos passaram 

E os bons ventos vão voltar 

Regresso 

E o nossa canoa vai estear 

A palavra tchau Bolsonaro. 


Autora: Isabel van Gurp




Colaboradores