sábado, 31 de dezembro de 2011

A folha

O vento sopra sua brisa
Rodopia gentilmente fazendo os grãos de areia
Um rodamoinho no ar
Nesta dança ele convida a folha para ser sua parceira
Vermelha de vergonha 
Não se faz de arrogada

Com um gesto tímido se entrega 
Aos seus encantos 
Se desprende do galho
Lança seu último olhar
Para caule
Sente um pouco de remorso 
Mas ela parte
Deixa a arvore seca e triste para trás
Se sente solta no ar
Livre para voar
O  vento 
Com passo sem compasso
Prende a folha no seu  rodamoinho
Ela se deixa se envolver
Ciclo niza 
Como as outras e parte 
Com  a rajada do vento
Se sente solta 
E voa
Envolvida com suave brisa 
E num passo de valsa
Dança no ar
De um lado para outro
No aconchegante e cálido 

Abraço
Não se deixando  cair
O vento leva para longe
Quilômetros
E a folha vermelha voa com seu sopro
Na sua viagem sente um pingo d'água do mar
O cheiro da chuva
Molha-se de prazer
Corre pelos rios
Pelas pelas casas 
Pela ruas
Conhece o céu 
Conhece o mundo

Nunca tinha ido tão longe
Nesta aventura o vento
Seu amante
Não deixa ela parar
Arrasta  incansavelmente
pelas estrelas
Joga ela no ar
Desce e sobe 
Sente prazer
Ela voa
De um lado para outro
O vento desnua com sua brisa
Dança sem tocar no chão
Ouve assovio do vento
O cheiro do mato
O sabor da vida
Quando ele chega o gozo 

Abandona
Deixa sem piedade junto com as outras 
folhas largadas pelo chão já amareladas 
E abandonadas a sua própria sorte
Com uma sensação que voaram um dia
Com a brisa do outono
Assim o vento parte
Em busca de uma outra folha seca 

autora: Isabel van Gurp


FELIZ 2012

Que podemos voar sem medo  para sermos felizes sempre


Sempre há uma esperança no coração
Quando um ano termina
e um ano novo começa
Que as nossas vidas no ano 2012 e ainda
últimos dias 2011
Sejam feitos de momentos felizes
De novos sonhos
Novos encontros 
Importante 
Que a base da vida que foi plantada
Todos os dias nos anos anteriores
Sejam regadas com saúde, alegrias
Paz e amor
Que as amizades que nasceram e se fortaleceram 
Nesses encontros pelas vidas 
No dia dia de cada ano
Chegam 2012 ainda mais  mais forte
E assim poderemos contar um com outro
Através do facebook, pessoalmente ou com uma mensagem do e-mail, msn, pelo blog ou de outras formas de comunicação....
Enfim, FELIZ 2012














sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Quero falar....


        Quero aprender sua língua
Me calo para ouvir
Tento entender as palavras

Que não compreendo
Presto atenção
Eu sou todo o ouvidos
Mas o som é estranho
Eu não entendo
Mas fico
O vento que corta minha alma
O frio que come a minha carne
Que endurece meus lábios
Que congela meus pés
                     Não desmoronam minha paixão
                                        Quero falar sua língua

Sem medo
Estou aqui
                  Como uma princesa sem castelo
Andando nas nuvens 
Mas é nas neves

Para ser feliz
Quero entender sua língua
Me envolver nela
Encontrar seu corpo
Me perder te desejo
Olhar para seus olhos 

Do azul da cor do mar
Me mergulhar nas ondas que me levam 
Para longe
Para algum lugar 
Para ser feliz
Tu és meu príncipe
Que eu tanto busquei 
Que finalmente encontrei
Neste sonho me entreguei
Não tive medo  de viajar
Imigrei para o  desconhecido

Para outro lado do oceano
Um pouco mais longe....
Em outro mundo
Com um outro idioma
Confrontei a uma nova cultura
Numa mistura
De outra cor

Em outro mares 
Naveguei 
Em frio ares 
Atravessei sem medo
Com uma coragem 
Que só tem quem ama

Percebo as nossas diferenças
Mas aprendemos um com outro
Temos uma aliança
Criamos nosso idioma
Construímos o nosso mundo
Um conto de fadas
Que todos os sinos batem
Na hora da paixão

Quando balbuciamos a palavra amor
Cavalgamos os continentes
Nu só ato
Perdemos a razão 
Para ser feliz
E somos felizes como num conto de fadas.....
Eu  prendi sua língua
Na minha.....

Não preciso falar sua língua
Preciso somente  te amar

autora: Isabel van Gurp


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bem te vi

Hoje acordei enrolado com a minha tortura
Queria embriagar-me com a minha dor
Não quero ver o sol
Com certeza deve estar brilhando
Indiferente a minha angustia
La fora os pássaros voam
Bem te vi canta
Bem te vi
Bem te vi
Encanta
Sinto meu corpo pesado
Ao despertar o dia
As lágrimas secaram
Que foram derramadas pela longa noite
Em lua cheia
Diante da minha dor 
Não quero nem ouvi-lo
O bem te vi 
Tudo em minha volta é triste
Melancólico 
Não tenho razão para viver
Estou enrolado com o meu próprio sofrimento
Não há nada que me tire desta escuridão
Nem mesmo o sol
Que resplandece lá fora
Trazendo vida
Nos campos floridos
Depois da chuva
Sempre aparece 
O arco iris que com sua vivacidade 
Dá o tom de beleza no  campo
Repleto de cores e lendas
E vaidoso
Voa o bem te vi  
Com sua música eterna
Bem te vi...
Bem te vi
Trazendo vida 
Alegria e harmonia na natureza
Será que o mundo não percebe 
A minha dor
Será que o bem te vi não pode 
parar por um momento para ver o meu sofrimento
O arco iris deixa de ser colorido
Para ser cinzento como eu 
O mar parar de bater suas ondas nas areias
Prender o sol quando ele  se por no horizonte
Não deixar o sol mais  nascer 
E nem tão pouco brilhar
no outro dia seguinte
O rio não desaguar suas águas doces no mar
O vento para de assoprar 
O bem te vi parar de cantar e ser triste como eu
Bem te vi...bem te vi
Se todos compartilharem do meu sofrimento
Se entregar a minha angustia
Talvez eu não me sinto tão infeliz
Em saber que a vida não continua
Quando estou enrolada com a minha dor
Hoje acordei com a minha tortura
Sabendo que a terra continuará a girar
A chuva continuará molhar os campos
As plantas continuaram nascer
E o arco iris brilhará em algum lugar
E o bem te vi 
Continua assobiar 
Bem te vi...bem te vi



autora: Isabel van Gurp








sexta-feira, 11 de novembro de 2011

E a vida!!!



                                                        Memoria



O tempo escorrega pela minhas mãos
Não sou mais dona de mim
Sinto fugir
Fujo de mim
Meus anseios
Meu medo
Tenho medo
Não me encontro mais
Neste espiral
Me perco nas palavras
Me aprofundo na angustia
Estou presente
No dia a dia
 
Mas totalmente ausente                                 
Minhas lembranças  fogem
Cada minuto
As recordações se tornam cada dia mais
longínqua
Não consigo armar mais este jogo 
Deste puzzle que é minha vida
Cada dia que passa uma peça
Some ou é destruída
Minha memoria tardia
Perde por dia alguns meses 
muitos anos
Levadas pelas águas 
da vida  
Alguns momentos são claros
Como se fosse ontem
Por isso as luzes tem que ficar acesas
Para que eu possa iluminar
Os dias felizes da minha vida
Esse ninguém vai arranca-lo de mim
Mas cada vez  me sinto imprevisível
Nesta armadilha
Caminho na direção de um precipício 
Eu não sou mais dona de mim
Me sinto perdida
Sei que meu raciocínio foge
Para este  labirinto sem saída
O que me resta é pouco
Prefiro o silêncio e o olhar
Na palavras eu me perco
Os sons que balbucio
desdenham as mesmas frases
O meu raciocínio é lento
Ele me denuncia
E meu pior  inimigo
Destrói cruelmente
cada pedaço da minha memória
Cada dia fico sem nada
As imagens fogem

A minha compreensão
Cada vez menos inteligível
Estou cada vez mais ausente
Mais vazia
Me sinto demente







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Sou a outra


Louca
Alucinada
Sou a outra
Espero pouco
Exijo nada
Sou a outra
Me escondo
Nas armadilhas
Da vida
Sou a outra
Aceito desculpas bobas
Me contento com pouco
Finjo que entendo
Sou a outra
Sou dócil
Sou nobre
Sou a outra
A odiada
A indesejada
Sem vergonha te amar
O que não me pertence
Vivo covinhada
Em quatro paredes
Para  receber o prazer proibido
Sou amante
Sou a outra
Feliz por um instante
Dizem que eu destruo
A felicidade alheia
Me culpam
Me odeiam
Sou a outra
Mas me contento com uma promessa
A promessa do amor
Sou a outra

autora: Isabel van Gurp
 















quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Uma avenida


Se um dia eu voltar 
Não voltarei 
Pelo azul do mar
Nem tão pouco pelo sol escaldante
Que no auge do  verão 
Queima a minha  terra sem piedade
E deixa areia da praia em ebulição 
O asfalto da minha cidade
Fervendo com se fosse brasa
E tosta os pés nus sem comiseração....
Se um dia eu voltar 
Não voltarei pela sua beleza que é sem igual 
Que faz meu Rio 
Ser minha pátria tão idolatrada
Que é  cantado em versos e prosas....
E clamado pelo seu carnaval
Se um dia eu voltar 
Voltarei por uma avenida 
Colorida e tão cheia de vida
Uma avenida de sonhos, de alegrias, palhaços e arlequim
Que contam histórias com ritmos 
Mas que  sempre acaba numa quarta feira 
Que chamam de cinza
Voltarei pelo cheiro da chuva 
Que cobre os morros com suas águas 
Que descem nervosamente 
Arrastando com sua força tudo que vem pela frente
Deixando pra trás... nada
Nada para aquela gente
Que perde tudo nas chuvas de verão....
Menos alegria de viver e recomeçar....
Se um dia voltar 
Eu voltarei 
Por uma escola tão animada
Que nasceu nesse morro 
Que o seu povo sem nada
Fábrica esse sonho de riqueza e de beleza....
Eu voltarei para tremer nesse ritmo quente 
Que tosta os pés  na areia da praia sem dó....
Que faz qualquer um sambar
Voltarei para entender porque essa gente
Que fica sem nada 
Depois do temporal
Que tudo perde nas suas águas
E sem compaixão arranca a esperança 
Desse povo sofrido
Mas com coragem
Eles vão 
para  avenida 
Dançam e sorriem
E eles  são felizes
Talvez não por muito tempo
Mas são....
Se um dia eu voltar 
Voltarei 
Por aquela multidão 
Que segue cegamente num ritmo frenético 
Com suas roupas coloridas e alegres
Pagadas com sacrifício
Com suor do trabalho
Mesmo sem nada 
Cantam a felicidade
Em algumas horas ou em alguns minutos 
As vezes muitas vezes no relâmpago do segundo
Que toca a saudade nos meus olhos
Me enche de orgulho
De saber que eu faço parte desta gente
Que muita vezes sem nada segue em frente.....

autora: Isabel van Gurp














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