Entre

Entre teus braços

Que as tuas palavras se escondam
entre meus lábios,
silêncio ardente que arde,
faísca que incendeia.

Que exploda meu desejo
no calor do teu corpo,
e que nele eu encontre
o templo da paixão.

Que meus delírios se realizem
na dança das tuas fantasias,
onde pele encontra pele,
e o tempo se desfaz.

Que meu orgasmo floresça
junto ao teu êxtase,
como maré que sobe
e nos afoga em prazer.

Que meu gozo me leve
ao paraíso prometido,
onde céu e terra se confundem
em suspiros infinitos.

Entre teus órgãos, teus abraços,
sou fêmea inteira,
sou mulher que renasce,
sou feliz em ti.

Autora: Isabel van Gurp

Passagem

Na manhã de lua cheia,
vi anjos levando um anjo para o céu.

A lua esperou sua passagem
para iluminar a aurora,
mesmo no raiar do dia.

E o sol, acendendo alvoradas,
lançava claridade no caminho,
guiando a viagem serena
com luz e energia.

Foi assim que um anjo voou,
com um sorriso eterno,
rumo ao além.

O céu chorou
após sua partida.

A lua, enfim, se despediu do dia.
E o sol, velado em nuvens,
guardou em silêncio sua lembrança.

Mas o anjo não se foi por inteiro:
ficou na brisa suave,
no brilho das estrelas,
no sopro da esperança.

Agora é guia,
clarão que acende a noite,
farol que ilumina caminhos.

E, mesmo distante,
ele habita em nós 
para lembrar que a vida é breve,
mas o amor é eterno.

Graça Oliveira                   07/10/1956
                                             
                                               11/10/2014


Na sua passagem o sol iluminava o amanhecer
E ainda havia uma lua cheia que irradiava alvorada

De ti

Dordrecht uma cidade histórica  holandesa

Saudades ao vento

Tenho saudades de ti.
Tens saudades de mim?

Longe de ti, meu coração bate lento,
às vezes parece soprar um ruído.
Ouça…
mistura-se ao vento,
transforma-se em pedido,
numa música nostálgica
que busca tocar teu coração,
implorando:
— tem saudades de mim.

O recado vem na brisa,
em notas de dó-ré-mi,
um assobio desafinado,
mas verdadeiro,
chamando por ti.

Sem tua presença,
as batidas são fracas,
cada vez mais lentas.
Ainda tento, em redemoinho,
abraçar-te em pensamento:
eu e tu, entrelaçados,
no sopro que chega ao teu espírito.

No piano do vento,
em fá-sol-lá-si,
toco uma canção
de sopros e lembranças.
Quem sabe teu amor por mim
reviva ainda,
ressoe dentro do peito,
como eco do que fomos.

Recordo nossas travessias,
os voos de felicidade,
quando amar era movimento,
e cada passo era uma promessa.

Preciso te dizer:
sinto saudades de nós,
até mesmo de mim,
pois sem ti
meu coração só assopra tristezas
e memórias de um passado recente.

As notas já não são músicas,
são poemas.
E em cada verso,
clamo:

— Volta para mim.
Ouve a brisa que sopra,
o vento que te chama.

Autora: Isabel van Gurp

Autora: Isabel van Gurp

Fotos de Dordrecht feitas Isabel van Gurp

 Dordrecht é uma cidade holandesa,  foi pela primeira vez mencionada
 em texto do século XII, quando a cidade ainda se chamava
 Thuredrech, e adquiriu estatuto de cidade em 1220. Dordrecht é uma cidade neerlandesa, onde nasceu o cientista e político Johan de Witt. Foi fundada em 1008 e, com sua população de 118.601 habitantes, é a quarta cidade da província neerlandesa da Holanda do Sul.        Fonte:  Wikipédia