As plantas que eu mais amo
São as ervas daninhas
Que enfeitam o jardim do mundo
Com um grande toque
De exuberância
Nas mãos da natureza
O mato é nobre
Que poucos sentem sua beleza
Enchendo os vasos do nosso ser
Que esconde a singeleza do crer
Ali, me deito na sombra
Entre galhos e folhas macias
Ouço os risos dos pássaros
Vejo borboletas em coreografias
O mato, meu refúgio sereno
É brinquedo, rede e cantiga
Faço trilhas de pés descalços
Minha alma se embriaga e abriga
Brinco com o vento entre folhas
Pulo poças como quem dança
No mato, sou criança outra vez
Sou raiz, sou esperança
Ali não há pressa, nem hora
Apenas o verde que embala
É lazer, é alegria, é agora
É o mato que me embala
E as ervas daninhas, coitadas,
Chamadas de pragas, sem razão
São poesia que brota escondida
Na terra livre do meu coração.
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