sexta-feira, 25 de julho de 2025

Assim, me reencontro





Assim, me reencontro

E assim,
me reencontrei
no teu olhar.

Como?

Na gota do sol,
no brilho da chuva.

És minha alma gêmea,
a quem venero
em todas as vidas.

Como?

Com teu toque
que me faz fêmea,
enraizas em mim
a terra-mãe,
florificando meu solo,
desabrochando…

Como?

Em prosas,
como rosa aérea.

Tu me fazes mulher.
Eu te faço homem.

Como?

Com uma prece pagã,
nas noites ensolaradas
de nosso aconchego,
onde o calor se dissolve
entre os lençóis.

Me apego
gritando, gemendo, amando.

O tempo dança sobre a pele,
as bocas queimam em gemidos,
desejos que não se apagam
murmúrios entre gritos 
que se arrastam pelos pergaminhos
da nossa cama,
para sussurrar:

Te amo.

Riscos e risos
de corpos dançantes,

Como?

Com meu corpo
que escreve na tua pele
o que minha boca
não ousa dizer 

em suspiros,
que dançam no escuro.

Segredos que queimam em giros,
apagam as fogueiras das entranhas
e reacendem nas artimanhas.

E então,
assim,
me reencontro.



Autora: Isabel van Gurp

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