Nas minhas caminhadas,
olho a terra
e carrego uma lente.
Fotográfica.
Um pássaro... eu sinto:
é alma que voa
entre os meus cliques.
Meu olhar.
Seria eu pequena demais
para guardar este instante?
Mas, com um simples ato
com um piscar
já me sinto feliz.
Tiro uma foto.
Enxergar como a vida é bela...
Somos uma célula minúscula
nesta imensidão:
céu, terra e mar.
Perdi minha alma
em gotas que transbordaram o rio.
E ele, sereno,
seguiu para o mar
afogando-se no oceano
com os meus soluços.
Com tanta beleza para capturar...
Com meus cliques,
o mar virou tsunami.
Escrevi uma poesia
para correr nas águas
que passavam por mim.
Para salvar em fotos
a exuberância da natureza.
Versos escorreram
como lágrimas doces.
Palavras navegaram
entre peixes e estrelas.
Na grandeza do mundo,
no fundo da imensidão,
me reencontrei.
A alma que perdi
tornou-se água,
virou correnteza,
virou beleza.
Minhas fotos,
meus poemas.
Autora: Isabel van Gurp
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