Aprendi a ser gente
depois dos cinquenta.
Quando deslacei a vida
e, no baú das palavras,
encontrei…
A palavra mãe,
e a grandeza dos atos.
A minha questão de ser.
No meu entender...
ser gente.
Encontrei a palavra orgulho
— depois dos cinquenta —
e pude, enfim, compreender
o que é ser mulher.
Encontrei a palavra coragem
e entendi o valor de saber
perder ou ganhar
e seguir em frente,
sem medo,
porque a vida
ensina a vontade de ser.
Encontrei, sem medo e sem covardia,
os fantasmas que me perseguiam.
Em passos longos pela estrada,
olhei para todos
e os enfrentei com audácia.
Encontrei inspiração.
Depois dos cinquenta,
senti-me livre
para ser menina de novo.
Olhei no espelho,
e contemplei minha beleza
a beleza de ser mulher.
Encontrei a palavra beleza
gravada na minha pele,
na minha essência.
Minha natureza me ensina
a viver feliz comigo mesma,
pois no meu corpo encontro
a resposta de quem sou:
uma mulher inteira,
depois dos cinquenta.
E no fundo do baú,
a palavra mais preciosa…
A que mais amei encontrar:
Amar.
Porque aprendi
finalmente
a me amar,
sempre.
Autora: Isabel van Gurp
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