Teu nome
que tantas vezes escrevi no papel
— eu queimei.
Transformei em cinzas,
mas depois colei pedacinhos
e voltei a escrever a carta.
Pensei que era possível te esquecer,
como quem apaga uma história
com um gesto,
com um ato.
Pensei em fazer da minha vida
um passado sem nome,
uma lembrança soterrada,
um livro fechado.
Ou… nada.
Mas era mentira.
Eu sei.
É impossível viver sem você.
Meu ar era teu oxigênio.
O suor da minha pele
era o calor das tuas mãos.
Minhas cordas vocais
precisavam do som dos teus lábios
para existir.
Minha alma
ela se deitava no teu corpo
e fazia de ti minha sombra.
Todos os indícios gritavam:
eu não respirava sem você.
Meu mundo se apagava
sem tua presença.
E sem você,
Eu pensei que eu era nada.
Ficou o vazio.
Ficaram os anos.
O amor vivido.
E por um instante,
quase se transformou em ódio.
Quase.
Mas isso
isso sim seria impossível.
Não há como converter um amor tão sublime
em repulsa.
Não.
Nem mesmo na dor mais crua.
As sobras…
guardei no baú.
Com as fotos,
os bilhetes,
e um pedaço de mim.
Entre os meus pertences,
rebatizei a dor.
E dei outro nome
a tudo aquilo que um dia me fez chorar:
Aprendizado.
Autora: Isabel van Gurp
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