Te odiei pela sua ausência.
Inventei nomes
Para suprir minha carência.
Mas me convenci, com o tempo:
O seu nome será ninguém.
Busquei na sua presença
A perfeição de um homem
Um herói,
Meu ídolo,
O maior de todos.
Idolatrava seus defeitos.
Amava seus acertos, suas qualidades...
Ou até a falta delas.
Até mesmo sua ignorância,
Transformei em ensinamento.
Como eu te amava...
Te amava como pai,
Até mesmo como mãe.
Você era perfeito.
Seguia cegamente seus ensinamentos,
Pois você era meu herói.
Meu amigo, companheiro.
Aquele que brincava comigo,
Sendo criança como eu.
Aquele que me defendia como irmão.
E quando tudo dava errado,
Transformava-se em pai.
Eu te fascinava
Pelo menos, eu achava.
E você estava ali
Para ser meu herói.
Era meu pai,
Meu amigo,
Meu irmão.
O homem que me carregava no ombro,
Sem motivo.
Porque éramos “chapa”,
De todos os jogos,
Das figurinhas,
Das brincadeiras.
Te amava como pai.
Até mesmo como mãe.
Você era perfeito.
Mas um dia você...
Aquele homem
Que eu tanto admirei,
Se foi.
Aos poucos,
Foi se apagando das minhas lembranças.
E aos poucos, se transformou.
Meu pai-herói
Virou apenas um homem.
E, sem despedida...
Se foi.
Meu pai.
E então,
Restou apenas o homem
Que não ficou.
Autora: Isabel van Gurp
Nenhum comentário:
Postar um comentário