Labirinto de Mim

Breda- Holanda

Havia um eu

Em cada esquina,

Perdida nas estradas
Dos meus pensamentos,
Ignorando a mim mesma
A cada curva.

Minha busca era me reencontrar
Entre asfaltos
E ruelas turvas 
Sinais vermelhos do medo.

Os desencontros
Em cada avenida
Das multidões que me atropelavam
Sem sequer terem me visto,
Enquanto eu sussurrava
Um pedido de ajuda.

Nas calçadas onde parei,
Nos sinais que ignorei,
Nas pontes que atravessei 
Aos berros, ou em silêncio 
Sempre havia um pedido.

Mas eu era só mais uma
Entre tantas
Que fugia de si mesma.

Sombra do esquecimento
De uma sociedade cega,
Que segue adiante
E não olha para o lado.

Talvez seja a falta de empatia.
Talvez… de muitos.
Ou de todos.
Ou talvez…
Eu seja a culpada.

Com meus erros,
Meus acertos.

Fujo de olhar
O outro lado da esquina.
Pois se eu atravessar…
Talvez entre num labirinto
E nunca mais volte.

Mas se um dia eu voltar,
Se um dia eu tiver coragem 

Que eu me encontre.
Inteira.
Do outro lado…
De mim.

Autora: Isabel van Gurp