segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Atlas




























Vou cruzando meu caminho
Em pontos,
Traçando meu mapa.

Em cada esquina,
Faço um conto.

E penso nas fadas,
Para sublinhar os desencontros.
Acentuo, em reflexo,
As brincadeiras do destino,
As causalidades dos reencontros.

Busco no nó
O fio perdido.
Cuidadosamente, emendo
Os traços dos pontos.

E ponto por ponto,
Eu remendo.
Faço um manto.

Feito de rendas —
E, às vezes, de trapos.
Ou na bainha de cetim,
Para sentir os brilhos em mim.

Uma colcha de retalhos
Sublinhada com laços.

E a cada passo, encontro:
Um chão,
Um fio,
Um mapa.

Meu destino,
Feito pelas minhas mãos.

E minha vida, enfim,
Costurada com espaço
Dentro do
Atlas de mim.


Autora: Isabel van Gurp 

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