quinta-feira, 13 de junho de 2019

Milagre



No meu ser,
Eu sinto a perfeição
Do nosso amor.

Um sentimento nobre,
Puro e genuíno no coração.
Um milagre.

Defino como uma canção
Que corre entre as nossas veias,
Em cada gota de sangue,
Doando-se uma vida.

Entre outras palavras:
Nove meses.
Secular na eternidade,
Espetacular na amplitude
Da existência.

Da vida.

Sinto o coração pulsar,
Lateja em música,
Em todas as dores,
Flauteando em notas:
Dó — Ré — Mi — Fá — Sol — Lá — Si.

Com batidas bombardeando
Em toques,
Em chutes,
Em sonos,
Sol — Lá — Si.

Em enjoos,
Em desejos,
Hormônios...
Por ti.

Sofrimento no paraíso.

Não existem palavras
Para expressar essa orquestra harmônica.

Meu corpo deflorando
Em gotas que batem no tamborim,
Em todos os sentidos,
Dentro de mim.

Em golpes.

Em outras palavras:
É uma semente
Que penetrou,
Borbulhando em terra viva,
No meu jardim.

Salve, Oxalá.

Eu sinto o crescimento
Na minha carne.
O nascimento foi na alma,
E a felicidade, nas entranhas.

O despertar do meu filho
Me fez sentir imensamente plena,
Digna de um milagre.

Bença, Maria.

Com esse amor tão sublime,
Eu busquei uma palavra
Para definir esse sentimento...

Só encontrei uma.
Somente uma:

Mãe.




Autora: Isabel van Gurp 


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