quinta-feira, 7 de maio de 2020

Meu corpo em vão






Sozinha com meus  pensamentos

Sou senhora da minha alma

Sou dona da minha consciência

Sorrateira que aos poucos me acalma


Sou dona de mim

Que levo  um corpo

Comigo a resiliência

Em si


Meu corpo

Que responde livre os seus próprios impulsos 

Voluptuoso que emerge do inferno e ao céu

E esconde através de um véu

Sente na carne as dores do pecado

E o prazer da vida  sendo réu

Escorregue o sangue quando ferido

Amarga na boca o amor desferido

 

O meu corpo diante d'alma é um velório

Tem querer próprio

E foge sempre do meu espírito

Me enlouquece com o adultério


Espera julgamento de quem é livre

Que exclama na cama

O prazer da liberdade


Eu sinto aos poucos

Que as mãos que invade as minhas cavidades pélvicas

Dói em mim

Mas me deleto para deixar meu corpo sano


Impulsa o sangue para minha mente

Faz meu corpo enrijecer

De prazer e vem

Tanta orgia dentro do  meu querer

Minha alma segue em voragem 


Raios que passam dentro de mim

Em turbilhão enganado a razão

Em mar aberto

Sinto meu coração na boca

E grito como uma louca

Jogo meu corpo e deixo ele flutuar

Espero que ele  afunde

Com toque d'águas

E acalma


Abro os braços para vida

Aos poucos vou respirando

Tomando para si o poder

Dos ritmos cardíacos

Do fôlego 


Conseguir em braçadas

Passar pelo redemoinho

Das águas

Da paixão

Perda da razão


O cheiro das gotas e reluzente

Afrodisíaco

Tem cheiro d'agua da chuva

No corpo da gente

Suor pinga

Imagem que eu vi

Beleza que é meu altriz

Foi meu reflexo

De mulher feliz


Isabel van Gurp

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