Ainda chove lá fora.
Sinto o cheiro da terra molhada,
E os raios escapam pelas frestas das nuvens,
Num azul que pinta o céu escuro entre trovoadas.
Fico em silêncio,
Escutando cada gota da tempestade,
Ritmando os murmúrios das névoas,
Calando o canto dos pássaros,
Que se aninham em seus ninhos
E se protegem dos ventos —
De suas vidas,
Das rajadas repentinas do ar,
Das incertezas das brumas,
No seu acalento, esperando passar.
Me sinto um pássaro nesta noite,
Que, na escuridão das neblinas,
Se encolhe em seu ninho,
Esperando a chuva passar,
Para então poder voar
Rumo a um novo dia de sol.
Autora: Isabel van Gurp
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