Entre o céu e a Terra
Nada dos dias
Diferentes do que eram
Do que ficam
Do que vem
Do que foram
sem asa
Os espíritos me levam para montanha
Me fazem sonhar
Em cada sonho vive entidades
Que voa pelo azul do céu
Forradas por um tapete branco
Nos alpes
A busca das estrelas
Em cada cume vivem almas
Se encontra a paz
Enleva e calma
sem asa
Viveram entre o céu e a terra
Que caminham pela neve
Branca e cintilante
Pelas pedras cinzas e lisas
Maduras e escaldantes
Os espíritos passam sobre mim
Como gaviões que levam corpos
Para um lugar bem distante
Para conquistar heroínas e heróis
Saltam em lendas
A busca de Ngama
Deus africano
Ali está o meu reencontro comigo mesma
Da onde eu vim
Quem sou eu
Encontro deuses e me pergunto
Porquê partir e voei para longe
sem asa
Desencontrei a Awa
Quando eu pensei que ela morava em mim
Mas ela ficou nos apogeus distantes
Minha alma buscou o espírito da terra
Voa sobre asa do vento
Levada por alguma pena
Mergulhava na calma cama branca das aves
Para ver o sol nascente do mais alto nível do planeta
Eu vôo sempre
Todas as noites
Para buscar em mim
Uma saudade que nunca parte
Nada dos dias
Do que ficam
Do que vem
Do que foram
Eu sempre vôo nas noites
sem asas
Pelas montanhas forradas por um tapete branco
Para buscar a minha alma
Que o gavião jogou nos altos
Meu corpo deixou cair
Uma queda sem fim…
sem asa
Devo dizer sem mim...
Que sempre quer voltar para casa
autora: Isabel van Gurp
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