terça-feira, 30 de setembro de 2014

Diante da Vida





Diante da vida,
as letras se tornam opulentas,
a escrita guarda momentos
de pura fertilidade.

Os acontecimentos não escritos
se perdem nas palavras 
ao vento,
ao tempo,
ao vendaval.

Nos livros, permanecem.
São eternos,
são imortais.

Acontecimentos colados no papel
se tornam memória e troféu,
um relicário de vozes
para a vida,
para o infinito,
para sempre.

Diante da vida,
o mundo gira,
ninguém é dono dele,
mas nas páginas,
em cada folha que se desfolha,
a vida se perpetua.

As histórias serão sempre contadas,
e por si seguem sem cessar,
imortalizadas em obras,
em poemas e contos,
em volumes e saberes,
em lume de palavra.

As letras corpulentas se espalham,
deixando rastros
sobre caminhos nunca pisados,
palcos de um passado imaginário,
onde personagens vivos
saltam das páginas,
transformam-se em presença,
em alma, em essência.

Cada índice, cada parágrafo,
cada folha que respira 
é vida que renasce.

E diante da vida,
eu faço arte para ser feliz:
leio torcendo por finais felizes,
escrevo com papel e caneta,
lanço versos ao vento,
reinvento histórias,
ressuscito inspirações que passaram.

Diante da vida,
eu recito um livro.






Autora: Isabel van Gurp







 

         

A igreja Santa Catarina em Belgica- Hoogstraten foi construída entre 1525 e 1550, encomendada pelo Antoon van Lalang e Elisabeth de Culemborg , Earl e Condessa de conselho Hoogstraten .


A igreja estilo gótico construído em Kempen tijolos planos do arquiteto Rombout II Keldermans . A torre é de 105 metros de altura e quadrado na base. A torre sineira é octogonal.


A igreja é a terceira mais alta na Bélgica e um dos edifícios mais altos de tijolos do mundo. A mais alta torre de tijolo é o da Igreja de Martin em Landshut , Alemanha: 130,6 metros. A segunda maior torre de tijolo - e também a mais alta da Bélgica - é a de Nossa Senhora em Bruges , com 122,3 metros.


Fonte: http://nl.wikipedia.org/wiki/Sint-Katharinakerk_(Hoogstraten)




As fotos: Isabel van Gurp 








Os detalhes dos tijolos




Obra feita nos anos 1530 

























quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Haicai!!!!!






Sonhos

Sonhos dos meus sonhos!
Fujo da realidade
para realizar meus desejos
entre os meus sonhos.

Isabel van Gurp


Lua

Olho para a lua:
— de todas as suas formas,
o que mais me fascina
é sua cor que ilumina a noite,
não importa o seu tamanho.

Isabel van Gurp


Pedras

De todas as pedras
que encontro no caminho,
as que mais machucam o pé
— são as pequenas.

Isabel van Gurp


Alguém

Não tente ser alguém:
tente ser você mesma,
para ser gente,
para ser pessoa.

Isabel van Gurp


Daninhas

Arranque as daninhas com as mãos,
para sentir suas raízes.
E elas,
sentirem sua força.

Isabel van Gurp


Céu

Não parta antes de conhecer o céu.
Não aterrisse antes de medir sua queda.
O importante é voar...
voar e voar.

Isabel van Gurp


Vento

Não feche as portas para a ventania:
deixe o vento entrar na casa,
e levar embora
os restos do temporal.

Isabel van Gurp


Um Céu Colorido

Um céu colorido:
— em pontas, em contas, em ondas.
Simples,
um mar azul.

Isabel van Gurp


Chuvas

Das nuvens, caem minhas lágrimas.
Dos meus olhos,
a chuva,
que transborda o mar
do meu ser.

Isabel van Gurp

      

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O sol que brilha na minha terra




O sol que brilha na minha terra
nasce atrás do horizonte,
nas águas claras
do Oceano Atlântico.

Sua luz, que aos poucos se eleva
até o apogeu,
vai desenhando os morros irradiados
em tons dourados no céu,
colorindo as favelas
com suas cores vermelha, amarela,
e um toque alaranjado.

O sol que brilha na minha terra
se alastra no céu azul,
sobe ao altar como um Deus
e envolve Cristo em luz.

Pinta as cachoeiras das serras,
nas águas raras e geladas,
grifa o azul do mar do Rio,
eleva o brilho até o mais alto lugar:
um Zeus no auge,
um Deus nos céus.

O sol que brilha na minha terra
conquista os morros com suas cores,
espiritualiza as matas verdes,
em terra rica e vista.

Cria ecossistemas,
brinca com a vida,
alegra os pássaros
que cantam com sua chegada
e voam felizes em suas jornadas.
O sol, maestro,
regente da atmosfera colorida,
aquece o solo em excelência,
invade janelas com seus raios,
penetra nos casebres,
trazendo calor e existência.

Alastra-se pelas ruas das comunidades,
onde ainda dormem anjos
e alguns diabos.

O sol que brilha na minha terra
está sempre enamorado do planeta,
traz o poder da criação,
da fotossíntese,
da luz e energia,
da alegria e da fosforescência.

Não se assombra com as nuvens negras,
ignora as estações:
mesmo no frio, introduz um sonho,
reinventa a humanidade
com o fenômeno da felicidade.

Em sorrisos,
com gotas de chuva que brilham no horizonte,
figura um arco-íris triunfal e elegante,
fazendo soar notas musicais
em coro,
nas comunidades.

No céu da minha terra
há sempre um sol que brilha nas nuvens,
nas praias, na minha cidade.
Tem gosto de vida
e nasce dourado,
como ouro.


Autora: Isabel van Gurp