Furacão de Vênus
Que a poesia se transforme em vento,
não numa brisa leve,
mas num vendaval arrasador,
com a velocidade surreal
de um furacão devastador.
Que o pé de vento
leve a palavra amor nas suas andanças
e, com a força de uma tempestade,
destrua o ódio,
em ebulição, abalador.
Na rotação de mil ciclones
toque os corações
com a palavra suave.
Que as poesias flutuem,
espalhando-se como canto no ar.
Que os poemas se encaixem nas trovoadas,
soltem faíscas, raios,
e, nos ares, voem sorrisos
em massas de ar felizes,
alvoroçadas.
Derrubando todas as barreiras do desamor,
devastando o desalento,
a arrogância, a desumanidade,
a solidão, o ódio, a desunião
enfim, tudo o que não deveria
existir nos corações.
Chamem este furacão de Vênus,
que voa pelos ares,
agitando a atmosfera com violência,
acabando com todas as guerras
entre os povos da terra.
Lavando, com as águas do temporal,
o ódio que se espalha
como erva daninha
entre homens e mulheres,
e deixando a paz no sorriso
simples de uma menina,
nas ruas, nos lares.
Que a poesia se torne uma arma
na luta da vida,
que os versos sejam repletos
de união e rima,
que os discursos de paz ecoem
como oratórios em poemas,
e que o respeito gire, turbilhonado,
em movimento de amor.
Que se espalhem pelo mundo,
pela terra, pelos corações,
até que todos se tornem
Poetas e Poetisas.
E que o furacão Vênus
permaneça voando nos ares,
em ventania,
em furor,
em eterno furacão.
Autora: Isabel van Gurp
Fotos de Amsterdam seus canais e bicicletas
Os cadeados de amor nas pontes
Com nomes dos apaixonados e suas chaves jogados nas águas dos canais
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