Se foi
Um dia
No seu mundo
Em silêncio
Aflito do desconhecido
Em palavras repetidas
Espaços desencontrados
Atos refletidos e repassados pela vida
E a volta da ingenuidade de menina num passado esquecido
Aonde se escondia a idade d'alma
Se foi
Sem precisar olhar
Em volta e nem pra trás
Na angustia da solidão
Pedaços quebrados pela vida
Levados pela morte
No espiral da memoria que gira
Que se perdia ao longo da historia
Em sua fé busca do conforto
Que perdia a razão das mazelas
Para um Senhor
Perdido entre nós
Que livrais das sombras
E de todos os males
Da escuridão que empurrava para lugares distantes
A fé protegia
E a confortava nos elos dispersos
E o carinho dos seus e dos meus
Entre muros
De algum lugar perdido
Se foi
Deixando a ternura nos olhos
E amor nos gestos
A simplicidade na expressão
De quem viveu uma vida mercê
Do que se tirava da terra
E colhia de vossas mãos
Se foi
Por que já era a hora
De partir
As lembranças já tinham deixado antes de ir
Em alguns álbuns
Em algumas fotos
Em algum lugar
Se foi
Com corpo franzino esquivava o peso
Que não carregava mais
Com coração tão grande
Que batia cada vez mais lento
Já querendo partir
O céu abriu as portas para entrar uma senhora
Se foi
Mas nunca para sempre
Porque as raízes foram semeadas pelos ensinamentos
De quem foi uma mestre no vosso lar
Uma guerreira
Uma mãe
Uma mulher
Se foi
Adeus minha senhora
Isabel van Gurp
Se um dia eu perder a minha alma não busquem no céu, nem tão pouco no inferno, procurem a minha alma nas letras, que com certeza ela vai estar encurralada entre os versos que eu transformei em poesias....Isabel Cristina
domingo, 10 de maio de 2015
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