
Digo à minha alma:
nasça como um botão,
floresça quando o sol nascer,
brote na primavera,
rama pelo chão.
Digo à minha alma:
seja uma rosa
e guarde nela
a beleza da cor,
a singeleza da vida,
o perfume d’uma flor,
a leveza do ser.
Digo à minha alma:
seja o elixir dos jardins,
a plenitude da aurora,
a alquimia da vida
dentro de mim,
a magnitude do existir.
Digo à minha alma:
seja pétala,
tão livre em si,
sem escora.
Digo à minha alma:
suba aos céus,
entre os meus,
esvoaçando em poeira fina,
sendo pólen no ar,
fecundando a vida
em vento,
em prosa.
Digo à minha alma:
quero ser semente,
levada pelos bicos dos pássaros,
embrulhada entre nuvens,
em rios nascentes.
Que dancem em figuras,
partículas de água
que caem do céu,
viram larvas.
Cada gota de espírito
soa em clive,
transforma-se em vida:
meu ser amante
da própria vida.
Digo à minha alma:
eu sou livre.
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