sexta-feira, 11 de novembro de 2016

G.O.L.P.E

Golpe


É G. O. L. P. E!
Em palavras.
Em atos.
No meu voto.

É G.O.L.P.E., sim!

Como uma espada lançada no ar,
Sua fúria arrogante
Fere — em sangue.

E mentem.
Mentem no coração do título
Que nunca nos foi presente.

Título de eleitor,
Título de direito.

Foi do povo.
Foi com muita luta.
O troféu da nossa conquista:
As urnas.
E com elas,
A democracia.

E eu peço apenas:
Respeito!
Respeito pelo pleito!

Mas não me ouvem.
Em juízo,
Os gritos furiosos declamam mentiras.

Triunfam em barganhas,
Em cores distorcidas.

Esquecem os homens e as meninas,
As crias,
As mulheres e os filhos.

Esquecem nossas bandeiras,
Nossas conquistas,
Nossas vitórias.

São eles — o covil.
Fogem covardemente,
Com perfis de ratos:
Salteadores, traidores.

Seus atributos
Envergonhariam até Judas.

No jogo onde a lealdade
Não cabe na lei,
Jogam ódio na bandeira
Para desfigurar a democracia.

A livre escolha de um povo 
Chamam de comunismo.

Nós? Nós?
Por querer um país justo,
Para todos?

Isso não é comunismo.
É direito!
É justiça social.
É dignidade.

Usam a palavra “ditadura”
Para desmerecer o voto.
O nosso.
O meu e o seu.

Querem esconder os anos
De lama e silêncio,
O massacre de um povo
Que calaram por medo.

Usurparam o poder
E, sem direitos,
Se esconderam atrás da ignorância.

Em nome da Pátria 
Pátria Brasil!

Engalfinhavam corpos nos porões,
Matavam o sangue dos meus.

Mas não da idolatrada pátria
Que ainda clama:

“Verás que um filho teu não foge à luta.”

Nós não fugimos.
Lutamos.
Lutamos e enfrentamos
Os ruídos dos canhões 
Com rosas,
Com alma,
Com a própria morte.

Fomos nós que fomos para a batalha.
Seguimos em frente.
E a vitória foram as urnas!

Ganhamos a guerra.
Somos o povo.
Somos os filhos desta terra.

E verás 
Que um filho teu não foge à luta.

Não vamos nos calar
Quando um golpe violenta o pleito.

Voltamos a declamar,
De peito aberto:

Estamos nas ruas, companheiros!
E vamos à luta!


Autora: Isabel van Gurp


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