sábado, 17 de fevereiro de 2018

Ciente em ser

A tua boca É o meu pecado.

Sinto, em minhas mãos,
Desenrolar o vício
Do meu entender:
Em querer ser tua.

Te escuto em chamas.
Nua.
Completamente nua.

Ciente do meu corpo,
Que aclama,
Flutuo pelos meus próprios pelos,
Em toques inquietantes
E apelos.

Escreves em mim
A palavra do querer,
Que envolve
Em ti,
Em mim,
Em si.

Paixão que vende a alma,
Da carne, do corpo —
Ostenta o desejo de viver
Na plenitude de enriquecer
Pelo amor.

O gosto de ter em mim
O gozo do prazer,
A razão do meu viver:

A blasfêmia sagrada
De te querer.


Autora: Isabel van Gurp

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