Vou cruzando meu caminho
Em pontos,
Traçando meu mapa.
Em cada esquina,
Faço um conto.
E penso nas fadas,
Para sublinhar os desencontros
E acentuar, em reflexo,
As brincadeiras do destino,
As causalidades dos reencontros.
Busco, no nó,
O fio perdido.
Cuidadosamente, emendo
Os traços dos pontos.
E ponto por ponto,
Faço um manto —
Uma colcha de retalhos,
Sublinhada com laços.
E a cada passo, encontro:
Um chão,
Um fio,
Um mapa.
Meu destino,
Feito pelas minhas mãos.
Cada passo que a gente dá costura um pedaço do que somos.
Às vezes, seguimos pontos invisíveis…
outras vezes, pegamos de volta um fio perdido e recomeçamos.
A vida é bordada por nossas mãos
Ponto por ponto, conto por conto.
Aqui está o meu
Depois eu conto.
Autora: Isabel van Gurp