Quem é filha do sol
Não se queima na terra.
Se bronzeia na sombra,
Deixa a alma ferver
Aos cinquenta graus
E bebe água de coco
Para matar a sede.
Sente-se um peixe fora d’água
Quando chove,
Mas nunca deixa de nadar.
Caminha com os pés descalços
Sobre brasas e calçadas,
E acende a si mesma
Mesmo quando apagam as luzes.
É de fogo
Mas não incendeia por vingança.
Aquece, ilumina,
E arde no próprio ritmo.
O que chamam de exagero,
Ela chama de vida.
O que chamam de drama,
Ela chama de intensidade.
Quem é filha do sol
Não foge do espelho,
Não espera resgate,
Não teme tempestade.
Ela não precisa de céu claro:
Ela é o amanhecer.
Autora: Isabel van Gurp
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