quarta-feira, 8 de abril de 2020

Silencia

O corpo silencia
    SILENCIA
Diante d'alma 
Esmorece diante da dor 
Da ausência
Sair nas ruas 
Para pedir um abraço de  alguém
            Alguém 
Que passa-se por acaso 
E retribui-se  com um sorriso 
Meu contemplar distante 
Já me sentiria entrelaçada 
Seria estranho se eu falasse 
        Amada 
A palavra só tem valor 
Quando são ditas pelo olhar
Hoje, precisamente hoje 
Vale mais do que ontem 
Do que sempre 
         Um gesto 
Movimento de expressão
De um sorriso de um desconhecido
       Já é muito.... 
Já enche o coração
De esperança
Acredito na solidariedade  
      Amizade 
Alegria familiar não se encontra mais 
Em alguns lares
No dia a dia
Nos ecos deixados
Nos vãos das casas
Em quarentena das alas  
Se foi...
Ainda penso 
Quando ainda ando pelas ruas 
       Sem destino 
       Estranho...


O corpo silencia
     SILENCIA
Diante d'alma 
Esmorece diante da dor 
         Da ausência 
        Da condolência 
Não há fardo
Que esmurre a dor sem continência
       Não há corte
Mais profundo que a morte
Do que a perda de um ente 
Mas a morte sem despedida dos meus 
Ou dos seus ou dos nossos 
          Vossos 
Não importa quem parte leva um pouco de nós
                   O corpo
                   Silencia
              SILENCIA
            Diante do pesar
Que parte gota por gole
Que jorra
Nos braços
Que transporta  pelo espírito
Flutuando nos rios
Aos poucos deixando
Um grande vazio
De quem  perdeu 
Nesses dias
Estranho dias...
Que o mundo parou 
Diante de um vírus 


Estranho dias 
Volto a pensar 
Mas a certeza 
Que aquele olhar de alguém
Que me abraçou na distância 
           Na rua 
Me fez sentir amada 
Me deu esperança que tudo vai passar


A lembrança 
Ia me fazer pegar todos os cacos 
Deixados pelos danos  
Transformar essa aflição  
Num mundo melhor 
Para os  meus ou para os nossos 
            Vossos
      Fazer um mundo em amor 
     Vamos vencer essa dor! 



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