domingo, 17 de agosto de 2025

Meus delírios às cegas

 




Meus pensamentos

se deitam no teu corpo,
escorrem por cada vão,
descem por curvas secretas
onde minha sede pousa.

Atravesso a distância,
desfaço fronteiras:
sou tua, inteira,
carne que chama,
fogo que se oferece.

Nua,
viajo mais rápido que a luz,
me lanço em teus braços
como quem morre de prazer
e renasce em delírio.

O calor do teu toque
é labareda na minha pele,
meu grito se cala em teus beijos,
mas arde no fundo da garganta.

Minhas mãos procuram tua sombra,
meu corpo escreve poemas
na tua pele em brasa,
palavras que não digo
gemem entre suspiros.

Meus sentidos rodopiam,
inebriados, cegos,
numa vertigem sem fim.
Sou incêndio,
sou água que se abre,
sou vulcão que se entrega
ao abismo dos teus olhos.

Na cama das estrelas,
teu corpo e o meu
se fundem em constelações,
e o universo inteiro
geme conosco.

Eu e tu,
sem nome,
sem tempo,
apenas desejo
em carne acesa.

Autora: Isabel van Gurp


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