quarta-feira, 4 de abril de 2012

Asfalto do meu ser


Hoje eu subi bem alto

Na alegria  do meu asfalto
As pegadas das multidões
Que se  confundem  nas calçadas
Eu segui na
Difusões do sons
Das sirenes que embaralham
O meu ser vandálico
Como as buzinas que compõe musicas
Que se ouvem em todas as partes
O ruido é confuso e ensurdecedor
Mas a  poluição sonora
Abastece meu corpo de energia e dor
Me sinto eu
Como nunca e agora
Vejo letras tumultuadas
O excesso da comunicação
Da poluição visual
E quasimodal
Das palavras que cegam
meus olhos
Mas me faz sentir gente
Respirar esse ar poluído
Eu gosto
O corre corre sem tempo
Que no contratempo
Esbarram na alegria de ser
Foge do estar
Encontra moribundo entre os meus
Hoje eu desci bem baixo
Na tristeza do meu asfalto
Vi suas cales poeiradas
Os miseráveis que vivem
Das suas sobras
Dos restos do nada
O martírio de quem não sabe
Para aonde ir
E não tem ninguém para contar
Que são atropelados
Pela abundancia cega que correm pelas calçadas
Sem tempo para estar


Que se afogam nos vícios 


E são nobre pelas suas migalhas
Hoje caminhei no acalento do meu asfalto
Senti o suor dos corpos
Que lutam pelo seu dia dia
Me assustei com os espigões
E suas posturas diante da vida
Fugi da exuberância
Que corriam numa só direção
Desviam do estar
Mas queriam ser eu
Hoje eu contemplo  profundamente a tristeza do meu asfalto
Corro com olhar de pesar para os ninguém
Que estendem as mãos
Para as migalhas
Do resto
Do nada
Dos moribundos que querem e precisam seguir
Porque eles estão entre as multidões
Que passam por mim
Sem perceber que eu sou alguém


autora: Isabel van Gurp









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