quinta-feira, 24 de abril de 2025

👑 Oh, Quem Dera…


👑 Oh, Quem Dera…

Oh, quem dera que a Bela

Fosse eu,
Nos escombros da janela 
Rapunzel,
Ou apenas Isabel.

Ao me debruçar,
Sentisse a Cinderela:
A certeza do
“Felizes para sempre”.

Eu anseio um final.
Olho para os meus pés
E os sinto nus,
Sem o sapatinho de cristal
Que deixei em alguma ruela,
De propósito,
Para ser uma donzela.

Esperar a mágica
De um conto de fadas.

Oh, quem dera
Que não existissem sapos
Nos contos da vida.
Que fossem todos lindos 
Em alma e caráter.

Quem dera
Que o beijo não fosse prova,
Mas sim escolha.

Que o príncipe soubesse chegar
Sem cavalo,
Sem coroa,
Mas com verdade no olhar.

Quem dera que os castelos
Fossem feitos de gestos.
Que as coroas
Fossem palavras doces,
E que o trono
Fosse um colo.

Oh, quem dera…
Mas ainda assim,
Enquanto a noite adormece estrelas,
Eu danço com os meus sonhos descalços
Na esperança de que,
Mesmo sem sapatinho,
A magia
Me encontre.



Autora: Isabel van Gurp

Lembranças nas Palavras




🌷 Deixo Minhas Lembranças nas Palavras

Quero deixar minhas lembranças nas palavras,
Quando o vulto passar,
Segurar as minhas mãos
E me levar.

Creio que vou voar,
Num voo rastejante, lento e encantado,
Com as imagens e recordações
Em flashes do passado.

Levarei no peito
As vozes que um dia me chamaram,
Os rostos que me sorriram
Mesmo quando eu chorava.

Deixarei meus passos
Nas pegadas suaves dos versos,
Para que quem leia
Sinta um pouco do que fui.

Que minhas palavras fiquem 
Como cheiro em flor,
Como brisa que sopra
Mesmo depois da estação.

Se a memória me apagar do agora,
Que a poesia me eternize
Em cada coração
Que tocar.


Autora: Isabel van Gurp







Sem tempo


Eu não tenho tempo para ser infeliz.
Preciso olhar as rosas
Antes que elas murchem,
Sentir sua fragrância no ar
Antes que o cheiro se perca entre outros perfumes,
E desemboque o aroma no mar.

Entre todas as cores e flores,
Preciso admirar as dálias,
Com suas formas perfeitas,
Exuberância de cor e beleza,
Uma flor adoçante de riqueza.

Meu tempo é pouco para ser infeliz.
Escuto os cantos dos pássaros,
A orquestra dos assobios no céu,
Regida pelo sol,
Em asas e voos rasantes,
Na busca de algo
Que eu não entendo o quê,
E muito menos o porquê.

Mas eu admiro só em ver:
Suas idas e voltas,
E fico a olhar
Os encontros com as parceiras,
O V riscando o azul,
Os ninhos sendo feitos em bicos —
Que arte maneira!

E, antes que a noite caia sobre a terra,
Começam a uivar os tambores
Dos bichos,
Que tremem, sussurram, gritam e cantam.

E dizem que encantam como as sereias...
Nunca vi,
Mas acredito que existam.
Acreditem!

Meu tempo é pouco para ser infeliz.
Queria ter mais horas no dia
Para poder observar as abelhas,
Que polinizam o sexo da flor
E fecundam o gineceu,
Gerando a natureza,
Levando vida,
Num ato de magia,
Reproduzindo em visitas.

Sem tempo para ser infeliz,
Busco em mim a maior riqueza que existe:
Olhar o mundo em que vivo,
Tocar em cada vida um sorriso,
Observar que, de uma simples gota d'água
E de um raio de luz,
Nasce um ser vivo,
Uma existência,
Uma história,
Uma lenda.

E o tempo 
o pouco que nos resta 
é flor que desabrocha
no instante em que escolhemos
simplesmente
ser felizes.

Porque viver
é ver beleza
até no silêncio das folhas.

E amar…
é o nome secreto da vida.


Autora: Isabel van Gurp 













Eu não tenho tempo para ser infeliz.
Preciso olhar as rosas
Antes que elas murchem,
Sentir sua fragrância no ar
Antes que o cheiro se perca entre outros perfumes,
E desemboque o aroma no mar.

Entre todas as cores e flores,
Preciso admirar as dálias,
Com suas formas perfeitas,
Exuberância de cor e beleza,
Uma flor adoçante de riqueza.

Meu tempo é pouco para ser infeliz.
Escuto os cantos dos pássaros,
A orquestra dos assobios no céu,
Regida pelo sol,
Em asas e voos rasantes,
Na busca de algo
Que eu não entendo o quê,
E muito menos o porquê.

Mas eu admiro só em ver:
Suas idas e voltas,
E fico a olhar
Os encontros com as parceiras,
O V riscando o azul,
Os ninhos sendo feitos em bicos —
Que arte maneira!

E, antes que a noite caia sobre a terra,
Começam a uivar os tambores
Dos bichos,
Que tremem, sussurram, gritam e cantam.

E dizem que encantam como as sereias...
Nunca vi,
Mas acredito que existam.
Acreditem!

Meu tempo é pouco para ser infeliz.
Queria ter mais horas no dia
Para poder observar as abelhas,
Que polinizam o sexo da flor
E fecundam o gineceu,
Gerando a natureza,
Levando vida,
Num ato de magia,
Reproduzindo em visitas.

Sem tempo para ser infeliz,
Busco em mim a maior riqueza que existe:
Olhar o mundo em que vivo,
Tocar em cada vida um sorriso,
Observar que, de uma simples gota d'água
E de um raio de luz,
Nasce um ser vivo,
Uma existência,
Uma história,
Uma lenda.

E o tempo 
o pouco que nos resta 
é flor que desabrocha
no instante em que escolhemos
simplesmente
ser felizes.

Porque viver
é ver beleza
até no silêncio das folhas.

E amar…
é o nome secreto da vida.


Autora: Isabel van Gurp


terça-feira, 22 de abril de 2025

Aos Poucos


Breda
Holanda

Aos Poucos

Aos poucos, as folhas secam.
Aos poucos, ficam cada vez mais belas.
Aos poucos, morrem.

As flores, aos poucos, caem,
E seus bulbos florescem,
Em muitos,
Com novas vidas em camadas,
Num novo ciclo que traz
Cores vermelhas, brancas, rosas e amarelas
De tudo um pouco.

Aos poucos, o vento leva as pétalas,
E espalha perfumes pela estrada.

Aos poucos, o tempo leva as dores,
E planta sementes de esperança.

Aos poucos, aprendemos:
Que a beleza também mora na despedida,
Que o recomeço nasce do que se despede,
Que o fim é apenas
Outra forma de florir.

E assim seguimos:
Aos poucos,
Florescendo.


Autora: Isabel van Gurp



sábado, 19 de abril de 2025

Em cena

 

Completos ou Incompletos

Com acertos e erros,
Oceano de qualidades e defeitos,
Sem limites,
Com mais e menos,
Menos e mais,
Somos atores
Nos teatros da vida.

Nos mares,
Em terra,
Em cenas e matérias,
Fazemos arte com as mãos,
Na altura de um som,
Que aprendemos, com o tempo,
A abaixar ou aumentar o volume 

Às vezes, a desligar.

O que não mata, cura,
Ensina e some.
E depois consome.

Somos personagens das nossas próprias histórias,
Que representamos nos palcos da vida.
Espelhos da essência
Na alma da gente,
Cristalina e pura,
Na água reflete
As imagens do sol incidente,
O tom do nosso corpo,
Ingredientes da perfeição.

Fórmulas
Da natureza
Que, por sorte,
São únicas,
Num perfume excepcional.

Entre tantos milhões no mundo,
Não há, não existe a mesma tonalidade,
Nem o mesmo cheiro,
Nem mesmo da mesma raça, família ou dos mesmos genes.

Somos seres humanos diferentes — por sorte.

Permitimo-nos, às vezes,
Caminhar pelas mesmas estradas da vida,
Mas cada qual
Com sua própria sina,
Que foi entregue...

Só não posso dizer por quem...

Talvez pela mão da vida,
Talvez pelo sopro dos ventos,
Ou quem sabe,
Pelo simples mistério de existir.

E assim seguimos:
Completos ou incompletos,
Erros e acertos,
Luz e sombra —

Mas, sempre,
maravilhosamente únicos.


Autora: Isabel van Gurp



Passos Incertos

 





Passos Incertos

Dei passos incertos
Nos caminhos
Que escolhi.

Não tive medo
De abraçar minha coragem,
De seguir em frente,
Muitas vezes sob o temporal.

Na enxurrada da chuva,
Na lama, me afundei.
As águas levaram
Minhas vitórias,
Que eu havia construído
Com as minhas caminhadas.

Mas, com o tempo,
Descobri que eu não precisava
Marcar a volta com pedras,
Nem olhar para trás.

Era preciso apenas seguir em frente,
Em direção ao sol,
E, sem culpas,
Ser feliz — simplesmente.



Autora: Isabel van Gurp


sexta-feira, 18 de abril de 2025

As mãos


Milão




As Mãos 

As mãos que tocam,
Que ensinam,
São as mãos
Que beijam.

São as mãos que me protegiam
Do vento,
Do frio,
E que, com muito carinho,
Me regavam de amor.

Com as tuas mãos,
Que seguravam forte
Enquanto caminhávamos,
Me levavas no colo
Quando eu chorava.

Me suspendias no ar,
E eu me sentia
Uma menina dengosa,
Acolhida pela força
Das tuas mãos.

Entre teus dedos,
Conheci o gesto rude
Do ensinamento,
Da lição.

Sem palavras,
Eram as tuas mãos que acenavam:
O toque do saber.

Autora: Isabel van Gurp

Entre ratos e flores

 




Nas ruas de Amsterdã, à beira do cais,
onde versos se espalham em noites de paz,
correm os ratos nas sombras do vento,
fiapos de cinza, silêncio e tormento.

No campo distante, um coelho a saltar,
em meio às tulipas que dançam no ar,
sussurra ao céu um sonho tão belo,
de um mundo tecido em rimas e elo.

Pelas janelas, canetas deslizam,
poetas escrevem e estrelas cintilam.
A Holanda respira entre ratos e flores,
versos errantes, mistérios e amores.

Seja na brisa que empurra o moinho,
no rastro de um coelho em seu doce caminho,
ou nos becos molhados, de tempo e memória,
a poesia renasce em cada história.


Autora: Isabel van Gurp

Entre encontros e ausências






 Entre encontros e ausências

No silêncio de um abraço redescoberto,
a memória sussurra segredos antigos
reunião de almas que se reencontram,
despidas do peso do que se foi.
Cada perda é uma marca delicada,
um traço suave na pele do tempo,
que ensina a valorizar o presente
e a cultivar a satisfação do renascer.
No espelho das emoções, pergunto-me:
quem sou eu, senão o mosaico
formado pelos encontros que me moldam
e pelas ausências que me revelam?
Sou o pulsar da vida em constante mutação,
a alegria de redescobrir a própria essência
entre o pranto das despedidas
e o doce consolo do reencontro.
Autora:
Isabel van Gurp

Colaboradores