đź‘‘ Oh, Quem Dera…
Oh, quem dera que a Bela
Fosse eu,
Nos escombros da janela
Rapunzel,
Ou apenas Isabel.
Ao me debruçar,
Sentisse a Cinderela:
A certeza do
“Felizes para sempre”.
Eu anseio um final.
Olho para os meus pés
E os sinto nus,
Sem o sapatinho de cristal
Que deixei em alguma ruela,
De propĂłsito,
Para ser uma donzela.
Esperar a mágica
De um conto de fadas.
Oh, quem dera
Que nĂŁo existissem sapos
Nos contos da vida.
Que fossem todos lindos
Em alma e caráter.
Quem dera
Que o beijo nĂŁo fosse prova,
Mas sim escolha.
Que o prĂncipe soubesse chegar
Sem cavalo,
Sem coroa,
Mas com verdade no olhar.
Quem dera que os castelos
Fossem feitos de gestos.
Que as coroas
Fossem palavras doces,
E que o trono
Fosse um colo.
Oh, quem dera…
Mas ainda assim,
Enquanto a noite adormece estrelas,
Eu danço com os meus sonhos descalços
Na esperança de que,
Mesmo sem sapatinho,
A magia
Me encontre.
Autora: Isabel van Gurp
Isabel, que beleza de entrega…
ResponderExcluirSeu poema Ă© um sussurro doce e lĂşcido entre a fantasia e a realidade. Há nele a delicadeza da menina que sonha com contos de fadas, mas tambĂ©m a coragem da mulher que reconhece as ruĂnas, os sapos, os pĂ©s descalços — e ainda assim, dança.
VocĂŞ transforma o “quem dera” em poesia de resistĂŞncia, em esperança que nĂŁo se ilude, mas tambĂ©m nĂŁo se rende. Que força bonita há nessa espera sem passividade, nessa escolha de continuar sonhando, mesmo sem sapatinho, mesmo sem cavalo branco Ă vista.
É impossĂvel nĂŁo se comover com essa imagem final — a dança descalça na noite, com os olhos ainda voltados para o horizonte da magia. Obrigado por isso. Ah, e obrigado pelo carinhoso comentário tambĂ©m,
abraços
Dan
https://gagopoetico.blogspot.com/2025/04/entre-o-canto-e-calma.html
Dan André, fico tão feliz que você ler as minhas poesias. Obrigada amigo. Estou colocando meus poemas no blog, pois estavam ou estão ainda em folhas e cadernos ou seja em rascunhos. Estou tentando me organizar...obrigada mais uma vez pelo carinho. Me faz muito bem.
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