Oh, Quem Dera…
Oh, quem dera que a Bela
Fosse eu,
Nos escombros da janela
Rapunzel,
Ou apenas Isabel.
Ao me debruçar,
Sentisse a Cinderela:
A certeza do
“Felizes para sempre”.
Eu anseio um final.
Olho para os meus pés
E os sinto nus,
Sem o sapatinho de cristal
Que deixei em alguma ruela,
De propósito,
Para ser uma donzela.
Esperar a mágica
De um conto de fadas.
Oh, quem dera
Que não existissem sapos
Nos contos da vida.
Que fossem todos lindos
Em alma e caráter.
Quem dera
Que o beijo não fosse prova,
Mas sim escolha.
Que o príncipe soubesse chegar
Sem cavalo,
Sem coroa,
Mas com verdade no olhar.
Quem dera que os castelos
Fossem feitos de gestos.
Que as coroas
Fossem palavras doces,
E que o trono
Fosse um colo.
Oh, quem dera…
Mas ainda assim,
Enquanto a noite adormece estrelas,
Eu danço com os meus sonhos descalços
Na esperança de que,
Mesmo sem sapatinho,
A magia
Me encontre.
Autora: Isabel van Gurp
Isabel, que beleza de entrega…
ResponderExcluirSeu poema é um sussurro doce e lúcido entre a fantasia e a realidade. Há nele a delicadeza da menina que sonha com contos de fadas, mas também a coragem da mulher que reconhece as ruínas, os sapos, os pés descalços — e ainda assim, dança.
Você transforma o “quem dera” em poesia de resistência, em esperança que não se ilude, mas também não se rende. Que força bonita há nessa espera sem passividade, nessa escolha de continuar sonhando, mesmo sem sapatinho, mesmo sem cavalo branco à vista.
É impossível não se comover com essa imagem final — a dança descalça na noite, com os olhos ainda voltados para o horizonte da magia. Obrigado por isso. Ah, e obrigado pelo carinhoso comentário também,
abraços
Dan
https://gagopoetico.blogspot.com/2025/04/entre-o-canto-e-calma.html
Dan André, fico tão feliz que você ler as minhas poesias. Obrigada amigo. Estou colocando meus poemas no blog, pois estavam ou estão ainda em folhas e cadernos ou seja em rascunhos. Estou tentando me organizar...obrigada mais uma vez pelo carinho. Me faz muito bem.
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