quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Um conto




Um conto

Vou cruzando meu caminho
Em pontos,
Traçando meu mapa.

Em cada esquina,
Faço um conto.

E penso nas fadas,
Para sublinhar os desencontros
E acentuar, em reflexo,
As brincadeiras do destino,
As causalidades dos reencontros.

Busco, no nó,
O fio perdido.
Cuidadosamente, emendo
Os traços dos pontos.

E ponto por ponto,
Faço um manto —

Uma colcha de retalhos,
Sublinhada com laços.

E a cada passo, encontro:
Um chão,
Um fio,
Um mapa.

Meu destino,
Feito pelas minhas mãos.

Cada passo que a gente dá costura um pedaço do que somos.
Às vezes, seguimos pontos invisíveis… 

outras vezes, pegamos de volta um fio perdido e recomeçamos.
A vida é bordada por nossas mãos 

Ponto por ponto, conto por conto.

Aqui está o meu

Depois eu conto.




Autora: Isabel van Gurp

2 comentários:

  1. Interessante seu blogue. Uma poesia calma e tranquila que nos leva a certo Nirvana, embora tenhamos ainda os pés no chão.

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  2. Deus Carmo, há muito tempo que eu não entrava no meu blog. Fiquei tão feliz com seu comentário....você não pode imaginar. Eu precisava ouvir isso e ler isso obrigada muito obrigada.

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